07. MANGUEIRA
(POESIA)
À
minha mangueira, décadas depois, dediquei estas linhas:
MANGUEIRA
Mangueira
Centenária,
mangueira-montanha,
mangueira-selva,
mangueira-maravilha de minha infância...
Entre tuas folhas fui explorador,
entre teus galhos fui alpinista, fui criança feliz...
Entre teus frutos aprendi a coragem,
entre tuas raízes aprendi a te amar, a respeitar a natureza...
Hoje estás tão velha,
teus galhos apodrecem,
teus frutos rareiam, tua casca se solta,
mas te adoro ainda mais...
Subo devagar em teus galhos, já não tenho tanta facilidade,
visito teus santuários, locais onde brincava, e entendo porque
te amo...
Mangueira centenária, quero deixar escrita essa minha declaração
de veneração e gratidão a você, à natureza e a Deus...
|
Talvez
seja difícil imaginar a importância que uma simples
árvore possa ter na vida de uma pessoa, mas eu nunca
a vi como uma simples árvore, sempre a vi como uma árvore
linda e incrível, amiga de tantas brincadeiras e, mais
do que tudo, um membro da família.
Ainda
hoje, depois de quase um século que ela foi plantada
por meu avô bem no centro do quintal de baixo, ela está
lá, viva e dando frutos, embora muitos de seus galhos
tenham apodrecido e caído e seus frutos sejam cada vez
menores e mais raros. A minha querida mangueira
resiste e ainda deverá existir por muitos anos, que assim seja!
Em 2010, em minha última visita à mangueira, despedi-me dela, pois a casa seria vendida, subi mais uma vez em seus galhos e, apesar de meus 64 anos, senti novamente aquela euforia que sentia quando criança. Aproveitei para dizer-lhe que ela foi fundamental em minha vida e que nunca a esquecerei, por mais distante que esteja.
|
|