42.
MUITO TEMPO DEPOIS
(fatos
ocorridos em 1998)
A
década de noventa está terminando, já estou divorciado a quase
dez anos, eu e meu filho moramos juntos e minha filha mora
com minha ex-esposa, mas nós estamos sempre juntos
e já fizemos algumas viagens, inclusive uma temporada no Rio
de Janeiro que deixou muitas saudades.
Meus
filhos me puxaram e também adoram viajar, eles fizeram sua
primeira viagem sozinhos aos sete anos de idade. É claro que
fui embarcá-los e que havia alguém aguardando-os no destino,
mas viajaram sozinhos.
Eu
tenho um bom amigo no meu ambiente de trabalho chamado Rondon,
um dia eu abri uma página do jornal onde havia uma propaganda
de uma viajem aos Estados Unidos e, mostrando-lhe a propaganda,
disse: "Olha, Rondon, não está tão cara uma viagem aos Estados
Unidos! Ele olhou o jornal e disse que esta viagem era um
sonho antigo que tinha. Eu já havia visitado os Estados Unidos
no início da década de sessenta e voltar lá também era um
sonho que acalentava há algum tempo.
Então
eu disse a ele que nós tínhamos que fazer esta viagem!
E ele concordou imediatamente. Não se tratava apenas de turismo,
mas para quem gosta de informática uma viagem dessa é algo
incrível. O limite de compras era de quinhentos dólares e
com esse valor pode-se comprar muitos componentes para fazer
um bom "upgrade" (atualização) em um computador.
Alguns
dias depois, após termos calculado todas as despesas que teríamos
e calculado a diferença cambial para sabermos de quantos
Reais precisaríamos, concluímos que a viagem era possível
e que iríamos faze-la! Corremos até a Polícia Federal para
tirar o passaporte (meu velho passaporte já estava vencido,
além de todo carimbado e sem espaço para novos registros).
Depois
fomos a Brasília solicitar o visto, temendo que ele pudesse
ser-nos negado. Mas depois que mostrei meu velho passaporte,
com dezenas de carimbos (inclusive dos Estados Unidos) ficou
tudo mais fácil. Agora era só comprar a passagem e embarcar!
Fizemos nossa reserva na Varig com algum contratempo, porque
os vôos estavam lotados, em seguida compramos a passagem e
ficamos aguardando o dia do embarque.
Eu
estava exultante em poder voltar aos Estados Unidos, o país
mais avançado do planeta e em alguns dias estávamos a caminho.
Fizemos uma escala em São Paulo, onde descansamos por duas
horas e seguimos para Miami. Descemos em Miami às quatro e
meia da manhã e seguindo as orientações de nosso amigo Ronaldo,
que lá estivera em lua de mel um ano antes, encontramos o
ônibus da Hertz (aluguel de veículos) e fomos pegar o carro
que havíamos reservado ainda no Brasil.
Falamos
com um senhor muito simpático que nos entregou a chave do
veículo e fomos para o enorme estacionamento da Hertz. A princípio
fiquei um pouco decepcionado, pois havia feito uma reserva
de um Ford Fiesta e encontrei um carro japonês (Suzuki Steem).
Mas quando começamos a rodar com o carro pela Interestadual
95, em direção a Fort Lauderdale, onde ficaríamos hospedados,
mudei de idéia.
O
carro era fantástico e muito superior ao Ford Fiesta. Ele
tinha câmbio automático, direção hidráulica, air bags duplos,
ar condicionado com ar frio, quente e natural e muitos outros
equipamentos que aqui no Brasil era apenas um sonho... Depois
de muito procurar encontramos nosso hotel na principal avenida
da cidade.
Nosso
apartamento era completo, tinha uma sala de visitas com tv
a cabo, duas camas de casal, banheiro, closet e uma ampla
cozinha. Mas nunca teríamos tempo para cozinhar nada, nossos
dias eram uma correria após a outra, é claro que tínhamos
que aproveitar cada minuto desta aventura.